Avessos
"o que não somos também faz parte do nosso ser"
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Invisíveis
Eu não gosto de ninguém
Se eu mesmo me conhecesse
Não gostaria também
Você não gosta de ninguém
Ninguém gosta de você
Passa noites em claro
Se perguntando: "Por quê?"
Nós não gostamos de ninguém
Ninguém gosta de nós
Com tantos desgostos em comum
Que tal uma conversa a sós?
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Inspiração
Um tempo que outrora parecia eterno
Agora nada mais é que uma lembrança
Que por você vivi o inferno.
Lembranças de sonhos e promessas
Lembranças de lágrimas e dor
Amanheceu, é um novo dia
O Sol me libertou.
Eis o dia tão almejado
Me despreendi de ilusões
E inocentes esperanças
O romantismo deu lugar a realidade
Meu coração deixou de ser criança.
Não sei se rio ou choro
Se lamento ou me alegro
Para outra darei o amor
Que para ti guardei com esmero.
Nunca pensei que este dia chegaria.
Com um sorriso amargo me despeço,
Esta é minha última poesia.
Pois meu amor a Lua levou
O Sol nasceu e sepultou um poeta,
A inspiração acabou.
sábado, 20 de abril de 2013
Coração Masoquista
sábado, 9 de fevereiro de 2013
Amo-te, Te amo
sábado, 25 de agosto de 2012
Ode ao Tempo
Desde o ventre materno
Amaldiçoas teus filhos
com tua sádica eternidade.
Tempo, como aprisionaram dentro de um relógio
Magnitude capaz de transformar
O mais sincero amor
em puro ódio?
Sou apenas um reles ator no teu espetáculo
Em que nada possui longevidade
E sentimentos são desprezíveis segundos
na tua maldita eternidade!
O que mais queres de mim?
Sou condenado à tua escravidão.
Por favor, livra-me deste fardo!
Liberta-me deste mundo
Onde só há tristeza e solidão!
Sabes que te desprezo
Porém, seria tolo demais não reconhecer
Que tu és o juiz do destino,
Dono do infinito e de sua imensidão.
Em meio a esta insignificante existência
Peço que responda:
Onde perdi o meu coração?
Tempo, estou prostrado aos teus pés.
Eu lhe imploro!
Leve-me de volta ao momento
em que lágrimas não existiam.
Leve-me de volta para aquele lugar
em que eu apenas sorria.
Tempo, deixe-me resgatar dentro do teu infinito
O brilho dos olhos dela,
A beleza, a pureza e a sinceridade.
O sabor daquele beijo singelo,
O meu sonho de felicidade...
Agora nada mais me resta,
Pois em ti depositei toda minha esperança.
Faça o que quiser comigo!
Leve-me ao passado e restaurarei o presente
Envie-me ao futuro e aniquilarei as lembranças.
Atiraste teu filho às chamas do amor
Sem ao menos lhe dizer
Que doeria sem se sentir
Que arderia sem se ver.
Tempo, me humilhei perante ti.
E tu, o que por mim fizeste?
Agora é tarde demais.
O fogo já me consumiu por inteiro.
Tempo, eis aqui teu fantoche!
Agonizando, afogado no medo,
Sangrando à espera da morte.
Pai, sua única herança é a dor
E nada mais eu posso fazer
a não ser recolher e chorar
as cinzas do nosso amor.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Caminho
Há algum tempo atrás,
Numa época não tão distante assim
Senti algo diferente dentro de mim
Sem hesitar, comecei a procurar
Para onde ir? Para qual lugar?
Insisti em buscar este caminho sozinho
Decidi traçar meu próprio destino.
Ao longo do caminho por vezes me perdi
Tropecei, me machuquei,
E a cada desafio que surgia
Cada vez mais meu caminho se dividia.
Chegou um momento em que eu não mais sabia
Se por onde andei foi aquilo mesmo que planejei.
Percebi que o destino é um quebra-cabeça infinito
Montando uma peça aqui, outra peça lá.
A próxima peça é consequência das que foram encaixadas
Você nunca saberá qual a sucederá.
Decidi parar de planejar
Deixei a vida me levar
Sem medo de me arrepender
Sem medo de sofrer
O tempo foi passando
Em meio as minhas escolhas
E as quais fizeram por mim
Sorri, chorei,
Levantei, caí
E o amor?
Até então um desconhecido meu
Que a cada curva do meu caminho
Se afastou, se escondeu.
Mesmo frustrado,
Percebi que o inalcançável
Era o objetivo a ser conquistado.
Certa vez convenci-me de estar perto
Pela primeira vez senti
Que meu destino estava logo ali.
Porém não durou muito tempo
Tiraram essa pouca alegria de mim.
Perdi as esperanças
Achei que a vida nada mais era
Que o ciclo da dor sem fim
Amargurado, mais uma vez derrotado
Eu deveria mais uma vez recomeçar.
A Deus me pus a implorar:
“Que seja este o meu lugar!”
O tempo passava e passava
Onde está o meu amor?
Onde ele se encontrava?
Comecei a pensar no absurdo da existência
Cada passo nesta trilha foi apenas perda de tempo
Minha vida perdeu a essência.
Dizem que a esperança é a última que morre,
O que me restava fazer?
Um ato de desespero, ela estava prestes a desaparecer.
O tempo passava e passava
Eu não mais andava.
De repente, uma luz se acendeu
A minha trilha sem fim
Encontrou-se com a de uma mulher
Como nenhuma outra tinha visto até aqui
Sua beleza, sua doce presença
Me encantaram, enfeitiçaram.
Não podia mais me dar o luxo
De pôr tudo a perder.
Bastou olhar para seu rosto
E desvaneceram-se todas as más lembranças
Toquei seu corpo, beijei seus lábios
Ressurgiu em mim a esperança.
Dei o melhor de mim
Entreguei todos meus sonhos,
Meu coração, meu amor
Em suas mãos.
Cada lágrima derramada
Toda provação, toda penúria
Coroaram minha caminhada obscura.
Errando eu aprendi
Só quem um dia acabou-se a chorar
Sabe como ninguém a sensação de conquistar.
E aquele anjo antes inalcançável,
Agora me encontro em seu colo afável.
Fecho meus olhos,
Abro-os novamente
Não estou a sonhar,
Este é o meu lugar!
Cada momento entre nós transcenderá o tempo
E quando envelhecermos juntos
Perpetuará nosso amor juvenil
Puro, singelo,
Carinhoso, sincero.
E quando eu morrer
Descansarei feliz sobre os braços da eternidade
Pois o sentido da vida, enfim descobri.
Me chame de louco, exagerado
Sou apenas um mero poeta, intenso, ousado.
Amarei sem medidas, sem me arrepender,
O meu caminho hei de percorrer.
Ou melhor, o nosso caminho
Pois agora não me restam dúvidas
Que há algum tempo atrás
Numa época não tão distante assim
Você sempre foi a razão do meu princípio,
O caminho do meu meio
E o destino do meu fim.