segunda-feira, 26 de março de 2012

Caminho

Há algum tempo atrás,

Numa época não tão distante assim

Senti algo diferente dentro de mim

Sem hesitar, comecei a procurar

Para onde ir? Para qual lugar?

Insisti em buscar este caminho sozinho

Decidi traçar meu próprio destino.


Ao longo do caminho por vezes me perdi

Tropecei, me machuquei,

E a cada desafio que surgia

Cada vez mais meu caminho se dividia.

Chegou um momento em que eu não mais sabia

Se por onde andei foi aquilo mesmo que planejei.

Percebi que o destino é um quebra-cabeça infinito

Montando uma peça aqui, outra peça lá.

A próxima peça é consequência das que foram encaixadas

Você nunca saberá qual a sucederá.


Decidi parar de planejar

Deixei a vida me levar

Sem medo de me arrepender

Sem medo de sofrer

O tempo foi passando

Em meio as minhas escolhas

E as quais fizeram por mim

Sorri, chorei,

Levantei, caí

E o amor?

Até então um desconhecido meu

Que a cada curva do meu caminho

Se afastou, se escondeu.


Mesmo frustrado,

Percebi que o inalcançável

Era o objetivo a ser conquistado.

Certa vez convenci-me de estar perto

Pela primeira vez senti

Que meu destino estava logo ali.

Porém não durou muito tempo

Tiraram essa pouca alegria de mim.

Perdi as esperanças

Achei que a vida nada mais era

Que o ciclo da dor sem fim


Amargurado, mais uma vez derrotado

Eu deveria mais uma vez recomeçar.

A Deus me pus a implorar:

“Que seja este o meu lugar!”

O tempo passava e passava

Onde está o meu amor?

Onde ele se encontrava?

Comecei a pensar no absurdo da existência

Cada passo nesta trilha foi apenas perda de tempo

Minha vida perdeu a essência.

Dizem que a esperança é a última que morre,

O que me restava fazer?

Um ato de desespero, ela estava prestes a desaparecer.


O tempo passava e passava

Eu não mais andava.

De repente, uma luz se acendeu

A minha trilha sem fim

Encontrou-se com a de uma mulher

Como nenhuma outra tinha visto até aqui

Sua beleza, sua doce presença

Me encantaram, enfeitiçaram.

Não podia mais me dar o luxo

De pôr tudo a perder.

Bastou olhar para seu rosto

E desvaneceram-se todas as más lembranças

Toquei seu corpo, beijei seus lábios

Ressurgiu em mim a esperança.


Dei o melhor de mim

Entreguei todos meus sonhos,

Meu coração, meu amor

Em suas mãos.

Cada lágrima derramada

Toda provação, toda penúria

Coroaram minha caminhada obscura.

Errando eu aprendi

Só quem um dia acabou-se a chorar

Sabe como ninguém a sensação de conquistar.

E aquele anjo antes inalcançável,

Agora me encontro em seu colo afável.

Fecho meus olhos,

Abro-os novamente

Não estou a sonhar,

Este é o meu lugar!


Cada momento entre nós transcenderá o tempo

E quando envelhecermos juntos

Perpetuará nosso amor juvenil

Puro, singelo,

Carinhoso, sincero.

E quando eu morrer

Descansarei feliz sobre os braços da eternidade

Pois o sentido da vida, enfim descobri.


Me chame de louco, exagerado

Sou apenas um mero poeta, intenso, ousado.

Amarei sem medidas, sem me arrepender,

O meu caminho hei de percorrer.

Ou melhor, o nosso caminho

Pois agora não me restam dúvidas

Que há algum tempo atrás

Numa época não tão distante assim

Você sempre foi a razão do meu princípio,

O caminho do meu meio

E o destino do meu fim.